domingo, 8 de setembro de 2019

CORRERIA CULTURAL



Este fim de semana ainda acabou por permitir uma breve prainha, mas começou com uma correria entre eventos culturais importantes e/ou pessoalmente representativos. A abrir, a inauguração da exposição de Olafur Eliasson (“Y/Our Future is Now”) em Serralves, um acontecimento em si pela qualidade internacionalmente consagrada do artista – além do mais, eclético nos seus interesses e formas de expressão, com a dimensão ambiental no centro das preocupações (uma magnífica máxima aquela que glosou em associação com a ideia de que “ninguém limpa um carro alugado”) – e, obviamente, da obra exposta; sem esquecer o lado inesquecível de um mágico jantar no Parque. Depois, uma fugida para um abraço ao Rui Aguiar – um amigo dos velhos tempos da FEP que há muito trocou a Engenharia Química e a Economia e Política Industrial pela pintura e, mais recentemente, pelos trabalhos digitais – e expunha na “Árvore” os seus “Estudos de A Mulher como Modelo”. De seguida, uma passagem pelo Teatro Nacional de S. João (TNSJ), onde se assinava um acordo de cooperação com o governo de Cabo Verde (representado pelo ministro Abraão Vicente, humilde mas incisivo) e, sobretudo, Nuno Cardoso apresentava a programação dos próximos seis meses, antecedendo a celebração do centenário a ocorrer ao longo de 2020 (excelente foi a intervenção do presidente Pedro Sobrado em torno do mote “o que é um teatro nacional” e do modo como o TNSJ está a interpretar os principais desafios disso mesmo em cinco eixos: criação, descentralização, internacionalização, património e edição/educação; a ministra Graça Fonseca sintetizou assim a essência da questão: “antigamente, um teatro nacional era um teatro de elite para todos, hoje também). Noite acabada no Mira (Espaço e Fórum), o fantástico projeto da Manuela Matos Monteiro e do João Lafuente (sempre bem auxiliados pelo discreto José Maia), apresentando o “Prémio de Arquitetura do Douro” (já este ano em sexta edição) e assistindo à apresentação da exposição de um artista/desenhador extraordinário como é Rui Neto (“O que tende a não ser”). Não deu para mais, mas ainda havia para ver e participar a abertura da “Feira do Livro” (este ano dedicada a Eduardo Lourenço), a “Orquestra no Património” na Avenida dos Aliados (organização da Casa da Música em itinerância por várias cidades) e a inauguração do Bom Jesus de Braga, após uma significativa obra de reabilitação. Extenuante mas vibrante e entusiasmante!



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