A proximidade geográfica leva-nos necessariamente a prestar maior atenção ao que se passa por mais perto e é talvez essa a razão pela qual me interessou especialmente a entrevista de Alberto Núñez Feijóo (ANF) ao “ABC”. Mas, na realidade, o Presidente da Xunta de Galícia é muito mais do que meramente isso, visto que ele se constituiu num forte candidato à liderança do centro-direita em Espanha. Era-o já quando se recusou a disputar o Partido Popular com Pablo Casado, começando-se talvez agora a perceber porquê – há sempre um desgaste e um subsequente período de nojo após uma longa permanência no poder e, durante esse tempo intercalar (digamos assim), a regra geral é que o intendente seja dominantemente uma figura para queimar. Estará ANF convencido de que o tempo transcorrido já basta e, portanto, de que poderá estar a chegar o seu momento? Ou, o que poderá não ser de todo de descartar, estará ele a admitir com os seus botões, de forma lúcida e consciente, a erosão crescente do seu comando galego? Ou, ainda, estará ele apenas a ensaiar os termos de uma tentativa vindoura propondo a viabilização de um governo Sánchez? Como quer que seja, ANF esteve bem na sua demarcação e na sua contundência e, assim, marcou pontos para um futuro que poderá estar ou não ao virar da esquina.
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