(Num domingo de
forte presença à secretária, por razões que constam do último post, ainda deu
tempo para ver e ouvir pela primeira vez ao vivo as Variações Goldberg de Johann
Sebastian Bach, com a ainda jovem promessa Beatrice Rana, e a Guilhermina Suggia com um grande início
de noite…)
A tarde estava para seres com guelras, com humidade em níveis elevados e um
cinzento deprimente. Beatrice Rana, uma jovem pianista italiana, já me tinha
impressionado numa gravação magnífica da Warner, tocando com Antonio Pappano e a
Orchestra dell’Academia Nazionale di Santa Cecilia o Piano Concerto nº 2 de
Prokoviev e o Piano Concerto nº 1 de Tchaikovsky, que ouço frequentemente.
O programa da Casa da Música trazia Beatrice Rana ao Porto para as Variações
Goldberg de Bach. Apesar da pressão do trabalho, achei que valia a pena mergulhar
nos 70 minutos das Variações, afinal não é propriamente todos os dias que podemos
usufruir dessa torrente de música. E não me arrependi. Não tenho bagagem para
comparar a versão de Rana com outras de deuses do piano, mas o seu virtuosismo e a sua sensibilidade enlevam e cortam a respiração. Quatro merecidas vindas ao
palco e claro que depois de 70 minutos extenuantes o público da Suggia ficou
desta vez sem encore. As Variações não
o admitem, não só pelo esforço que é pedido ao pianista, mas porque qualquer coisa
que se tocasse a seguir estaria a mais.
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