Os sinais são múltiplos quanto a um crescente e sobretudo mais diversificado desconforto que vai tomando a sociedade alemã. Porque, do mesmo modo com que no passado recente muitos cidadãos germânicos aderiram às teses simplistas do sul preguiçoso e mau pagador, uma parte cada vez mais significativa deles evidencia agora que está farta do que por demais se lhes foi impingindo. Sendo que o principal dado novo é, assim, o facto de a alternativa ao convencionalmente estabelecido começar a não se restringir ao populismo de extrema-direita, ao ceticismo antieuropeu ou ao racismo contra os refugiados. Responsáveis por esta mudança? À frente de todos, talvez o grotesco mas apreciável contributo da dupla Trump-Putin (der doppelregent) e, depois, também um inteligente aproveitamento de Martin Schulz e a ação conjugada da extrema-esquerda e dos Verdes. Pois que a capa do “Der Spiegel” desta semana seja uma daquelas que venham a merecer ser guardadas para um dia se mostrarem e explicarem aos netos...
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