quarta-feira, 8 de março de 2017

O ESQUERDISMO E A ESTUPIDEZ ANDAM À SOLTA PELA NOVA




(A estupidez do esquerdismo que circula pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova conseguiu que Jaime Nogueira Pinto, depois de tanto porfiar, lá tivesse o seu momento de opressão da liberdade de expressão; a história parece às vezes repetir-se…)

Jaime Nogueira Pinto, historiador, politólogo e com presença relevante em alguns órgãos de comunicação como a Antena 1 e o Observador, autor de uma obra que não pode ser ignorada, é uma personalidade respeitável, um intelectual com coisas para se ouvir, que fez a sua longa travessia para apagar a sua marca de ligação ao Estado Novo e atenuar a imagem do seu direitismo. Outros o fizeram com sucesso e provavelmente sem a sua dimensão intelectual. Não é personalidade que me fascine, não pelo seu passado de ligação ao Estado Novo, mas sobretudo por uma certa arrogância mais ou menos displicente que, por exemplo, na sua apreciação ao que se passa nos EUA na era Trump é capaz de colocar no mesmo saco para equilibrar o comportamento de apoiantes democratas de Hillary Clinton e os desvarios da era Trump. Então, quando se cruza com Jaime Gama, então a minha paciência vai aos limites, já que não suporto tal monotonia, embora ela oculte por vezes algumas ideias que valia a pena discutir num tom mais vivo.

Uma personalidade deste tipo agradece reconhecido qualquer oportunidade que lhe seja oferecida de bandeja em que possa demonstrar que foi cerceada a sua liberdade de expressão. Um apoiante ferrenho do Estado Novo deveria conter-se, mas admitamos o benefício à personalidade que ele se converteu.

Ora, a sua anunciada conferência na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa foi esse presente que lhe foi oferecido. Uns meninos de porte bafiento, associados à Nova Portugalidade, uma associação de culto do salazarismo e do império lançaram uma casca de banana ao esquerdismo bloquista da Associação de Estudantes e esta também lançada para um momento de glória terá influenciado uma mentecapta Direção da Faculdade a anular a Conferência por questões de segurança. Esquerdismo estúpido na sua forma mais pura e uma demonstração de que o poder universitário é por vezes do pior que existe no país em termos de capacidade de liderança e de visão do futuro. Assim, há poucas horas e perante uma reação ululante da direita (tão carenciada destas ofertas) e o compreensível pedido de explicações do Presidente da República, o Reitor António Rendas, que já foi Presidente do Conselho de Reitores, veio a público clamar que a Conferência não tinha sido anulada, apenas adiada para, face à importância do tema do populismo político, alargar o número de participantes e abrir o debate a outras correntes de pensamento. Pior a emenda que o soneto e o Reitor Rendas pensa que somos todos parvos.

A Conferência foi ou não organizada pela Nova Portugalidade? Se o foi, teve ou não a autorização da Direção da Faculdade? Se teve, por que razão então invocar primeiro as razões de segurança, para agora parecer que é a Universidade Nova que organiza e quer fazê-lo com uma outra abrangência de perspetivas?

Jaime Nogueira Pinto deveria ter toda a liberdade de proferir a Conferência e, como não era um evento fechado, o esquerdismo associativo tinha toda a liberdade de no evento expressar a sua discordância para com os argumentos aí eventualmente expostos. Proibir a conferência e emendar com cola barata umas largas horas depois a decisão, inventando um outro figurino, é uma oportunidade de bandeja para que Jaime Nogueira Pinto possa colocar no seu CV o ser alvo de um atentado à liberdade de expressão. A Universidade Nova deve ser uma organização muito particular. Na sua Faculdade de Economia é um viveiro de jovens economistas sempre dispostos a ser a Brigada Ligeira de todas as Troikas que passem por este país. E na sua Faculdade de Ciências Sociais e Humanas parece ser um antro de esquerdismo estúpido que se estatela com a primeira casca de banana que lhe coloquem no caminho. Não há pachorra para aturar tanta infantilidade e não é um apaniguado de Lenine que isto escreve.

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