Acho que foi Maria de Lurdes Rodrigues, numa sua coluna semanal do DN, quem por cá primeiro chamou a atenção para este gráfico cuja informação essencial é cristalinamente explicativa quanto a um elemento determinante da dinâmica do capitalismo americano desde o pós-2ª Guerra Mundial: nas três décadas imediatamente subsequentes, a remuneração horária da larga grande maioria dos trabalhadores aumentou 91%, i.e., aproximadamente em linha com o crescimento da produtividade (97%); desde então, o desfasamento (gap) tornou-se gritante (com uma ligeira exceção em finais dos anos 90), resultando que a remuneração horária de um trabalhador “típico” aumentou apenas em 9% contra um crescimento de mais de 74% da produtividade. Em linguagem corrente: os trabalhadores têm vindo a produzir numa escala significativamente superior à dos rendimentos e outros benefícios a que têm vindo a ter acesso – onde já vai o “fordismo”...
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