(Em tempos de
alguma recuperação, a exigir vigilância, o que não significa ignorar o seu
significado, à medida que ganhamos alguma distância de tempo face ao famigerado “ajustamento”
da economia portuguesa, é
possível ir coligindo diferentes métricas da penosidade da dupla crise a que a
economia portuguesa foi submetida…)
O período de 2007 a 2015 é já suficientemente compreensivo para medirmos à
distância os efeitos da dupla crise a que a economia portuguesa foi submetida,
a dos efeitos da Grande Recessão 2007-2008 e a do resgate acompanhado da dose cavalar
de austeridade que nos foi imposta pelas instituições que geriram o referido
resgate, a Troika dos credores.
O gráfico que organiza praticamente este post reúne informação OCDE e
combina duas variáveis apenas, segundo a técnica dos quadrantes, intuitiva,
mesmo admitindo que os portugueses em média não gostam de gráficos. As duas variáveis
são o crescimento médio anual do PIB e o crescimento médio anual dos salários e
os quadrantes resultam da combinação de valores positivos e negativos destas variáveis.
Pois a situação de Portugal é expressiva em matéria de penosidade. Estamos
em companhia da Itália e da Grécia e tivemos crescimento negativo de ambas as variáveis. O que,
por si só, constitui uma métrica da penosidade. Outros países estiveram a salvo
de salários em diminuição com crescimento negativo do produto, outros estiveram a salvo de
qualquer recuo e só o Reino Unido cresceu com diminuição significativa de salários.
Elucidativo, não?
(O gráfico é de autoria do Financial Times, ver link aqui).
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