terça-feira, 7 de março de 2017

UMA OUTRA VISÃO DA PENOSIDADE DA DUPLA CRISE




(Em tempos de alguma recuperação, a exigir vigilância, o que não significa ignorar o seu significado, à medida que ganhamos alguma distância de tempo face ao famigerado “ajustamento” da economia portuguesa, é possível ir coligindo diferentes métricas da penosidade da dupla crise a que a economia portuguesa foi submetida…)

O período de 2007 a 2015 é já suficientemente compreensivo para medirmos à distância os efeitos da dupla crise a que a economia portuguesa foi submetida, a dos efeitos da Grande Recessão 2007-2008 e a do resgate acompanhado da dose cavalar de austeridade que nos foi imposta pelas instituições que geriram o referido resgate, a Troika dos credores.

O gráfico que organiza praticamente este post reúne informação OCDE e combina duas variáveis apenas, segundo a técnica dos quadrantes, intuitiva, mesmo admitindo que os portugueses em média não gostam de gráficos. As duas variáveis são o crescimento médio anual do PIB e o crescimento médio anual dos salários e os quadrantes resultam da combinação de valores positivos e negativos destas variáveis.

Pois a situação de Portugal é expressiva em matéria de penosidade. Estamos em companhia da Itália e da Grécia e tivemos crescimento negativo de ambas as variáveis. O que, por si só, constitui uma métrica da penosidade. Outros países estiveram a salvo de salários em diminuição com crescimento negativo do produto, outros estiveram a salvo de qualquer recuo e só o Reino Unido cresceu com diminuição significativa de salários.

Elucidativo, não?

(O gráfico é de autoria do Financial Times, ver link aqui).

Sem comentários:

Enviar um comentário