sábado, 25 de março de 2017

DOUTOR CADILHE


Ontem estive com especial gosto em Vila Real, na sessão solene do Doutoramento Honoris Causa de Miguel Cadilhe (MC) pela UTAD. Uma consagração merecidíssima que só peca por tardia ao não ter já acontecido na Universidade do Porto de onde MC emana academicamente, na qual prestou serviço relevante e que tem base na cidade que MC elegeu para viver e fazer cidadania ativa. Mérito inteiro da UTAD, que assim também homenageia – não esquecendo o estudioso e a sua obra, o político e o seu legado e a multifacetada expressão da sua dimensão cultural e social – o papel de MC na classificação do Douro como Património Mundial da Humanidade. Foi padrinho o José Fernando Pinto dos Santos, com quem passei depois imprevisíveis três horas de boa conversa no novo Alfa de estreia para Lisboa e de quem foi autor do elogio Luís Valente de Oliveira. Se a tudo isto somarmos a presidência do Conselho Geral da UTAD por José Silva Peneda e a presença solidária de tantíssimos amigos (com Alberto Castro e Arlindo Cunha no cortejo, mas também Alcides Costa, Carlos Tavares, Fernando Costa Lima ou Rui Pedras, por exemplo) poderemos minimamente avaliar quanto Porto houve na homenagem duriense. MC, na sua alocução de agradecimento, foi igual a si próprio na forma e no conteúdo, não deixando então de qualificar como de “questão filosófica essencial” a do papel do Estado na economia e de abordar largamente o tema das finanças públicas (com particular insistência na reforma do Estado que está ainda por fazer e na prolongada falta de comparência de um grande reformador e enfoque nas incompreensíveis falhas das instituições de vigilância da República) e de concluir com uma irónica inquietação em torno destas nossas más finanças públicas vindas pela mão do centralismo e, assim, com uma defesa da ideia, que qualificou de quase peregrina mas de razão, da descentralização política. Foi bonita a festa!

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