A entrevista do ministro da Economia à “Exame” trouxe-me subitamente à cabeça a questão por cá de há muito central da estratégia económica do País. Nem por acaso (ou não por acaso?), um ex-ministro da Indústria e Energia de Cavaco, Luís Mira Amaral, divulgava quase em simultâneo, através da CIP, um estudo em que procura explicar e sustentar que o nosso crescimento passa por investir na indústria. Pergunto-me: estaremos perante duas visões e dois modelos não essencialmente incompatíveis ou perante dois focos e duas lógicas clara e inteiramente diversos? A crer no perfil, na presença pública, na prática governativa e nos temas habitualmente eleitos pelos secretários de Estado que têm sido os ajudantes de Manuel Caldeira Cabral na pasta da Indústria (Indústria 4.0. e liderança da quarta revolução industrial, vales de incubação, apoios múltiplos ao empreendedorismo, etc.), inclino-me claramente para a maior justeza da segunda daquelas alternativas. Em qualquer caso, aqui está mais uma matéria de verdadeira relevância nacional e que bem mereceria uma competente densificação, uma aguerrida explanação de posições e um correspondente debate construtivo no seio da sociedade portuguesa, até também com vista a contribuir para uma melhor fundamentação das escolhas e prioridades a serem selecionadas para orientarem os nossos caminhos durante a década de 2020/2030 – assim estivessem para aí virados os agentes económicos e as suas associações representativas, os partidos políticos e os seus especialistas e os académicos e os seus interesses de investigação...
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