Um jovem investigador belga associado ao think tank Bruegel, Nicolas Moës de seu nome, produziu recentemente um interessante trabalho, apesar de talvez ainda marcado por dimensões de abordagem não isentas de uma certa componente especulativa. O título revela o essencial da questão subjacente (“Is it a Transatlantic, Transpacific or Eurasian global economy?”), sendo a respetiva razão de ser sinteticamente justificada pelo autor nos seguintes termos: “Um olhar sobre os dados relativos ao comércio, aos serviços, aos investimentos e ao protecionismo bilaterais entre a Ásia, a Europa e os EUA em anos recentes fornece alguma indicação sobre a configuração futura da economia mundial”.
Citemos as conclusões:
“Os dados apresentados neste post [acima, dois dos gráficos mais reveladores] mostram que, em muitos aspetos, a relação Euroasiática já está em aprofundamento e é, no que toca ao comércio de bens, mais profunda do que as suas contrapartes Transpacífica e Transatlântica. Quanto ao IDE e aos serviços, vemos que a relação Euroasiática já é ligeiramente mais profunda do que a Transpacífica. No entanto, em termos de política comercial, a relação Transpacífica tem sido mais pacífica do que a Euroasiática desde 2009. Com a atual administração dos EUA, a iniciativa One Belt One Road e os acordos comerciais que a UE e alguns países asiáticos correntemente negoceiam, a relação Euroasiática poderá desenvolver-se ainda mais. Por oposição a um século Transpacífico, já estamos bem no caminho de um século Euroasiático.”
Aqui fica assim equacionada uma matéria que, pelas múltiplas valências a que apela e pelas implicações que sugere, seria/será mais do que suscetível de novos insights neste nosso e vosso espaço.
Sem comentários:
Enviar um comentário