domingo, 18 de março de 2018

QUEM GANHA COM A GLOBALIZAÇÃO?



(LICs - Lower income countries; LMICs - Lower middle income countries; UMICs - Upper middle income cuntries; HICs _Higher income countries)


Os discursos populistas sobre os malefícios da globalização fogem a sete pés da investigação rigorosa sobre a matéria. Como se compreende a eficácia eleitoral da sua argumentação está voltada para outras fontes que não as da investigação. E até poderemos dizer que a sua eficácia é inversamente proporcional ao nível de qualificação dos eleitores, como por exemplo as recentes eleições italianas o mostraram e também a geografia e perfil social dos apoiantes de Trump. Como já tive aqui oportunidade de o referir, tenho sérias dificuldades em aceitar que pode haver um mau populismo económico e um bom populismo económico, ainda que esse argumento venha de um economista como Dani Rodrik.

Por mim, compete-me mobilizar para este blogue as evidências mais recentes, não deixando de compreender que o confronto entre tais evidências de investigação é crucial para irmos construindo um referencial sólido de resposta à questão do post de hoje.

É o caso de um recente paper, com origem no FMOI e no seu potencial de investigação, denominado The Distribution of Gains of Globalization, de Valentin Lang e Marina Mendes Tavares (link aqui).

Fico-me por hoje pelas suas principais conclusões, obtidas a partir de um painel de 147 países de 1970 a 2014:

“(...) Explorando a natureza difusa da geografia da globalização, encontramos ganhos diferenciais da globalização entre e intra-países: os ganhos de rendimento são apreciáveis para países nos estádios iniciais e intermédios do processo de globalização, mas com diminuição dos rendimentos marginais à medida que a globalização se intensifica, tornando-se eventualmente insignificantes. No interior dos países, esses ganhos estão concentrados no topo da distribuição do rendimento nacional, gerando crescente desigualdade. Concluímos ainda que as políticas internas podem mitigar os efeitos distributivos da globalização.”

Sem comentários:

Enviar um comentário