(LICs - Lower income countries; LMICs - Lower middle income countries; UMICs - Upper middle income cuntries; HICs _Higher income countries)
Os discursos
populistas sobre os malefícios da globalização fogem a sete pés da investigação
rigorosa sobre a matéria. Como se compreende a eficácia eleitoral da sua argumentação
está voltada para outras fontes que não as da investigação. E até poderemos
dizer que a sua eficácia é inversamente proporcional ao nível de qualificação
dos eleitores, como por exemplo as recentes eleições italianas o mostraram e
também a geografia e perfil social dos apoiantes de Trump. Como já tive aqui
oportunidade de o referir, tenho sérias dificuldades em aceitar que pode haver
um mau populismo económico e um bom populismo económico, ainda que esse argumento
venha de um economista como Dani Rodrik.
Por mim,
compete-me mobilizar para este blogue as evidências mais recentes, não deixando
de compreender que o confronto entre tais evidências de investigação é crucial
para irmos construindo um referencial sólido de resposta à questão do post de
hoje.
É o caso de
um recente paper, com origem no FMOI e no seu potencial de investigação, denominado
The Distribution of Gains of Globalization,
de Valentin Lang e Marina Mendes Tavares (link aqui).
Fico-me por
hoje pelas suas principais conclusões, obtidas a partir de um painel de 147 países
de 1970 a 2014:
“(...) Explorando a
natureza difusa da geografia da globalização, encontramos ganhos diferenciais
da globalização entre e intra-países: os ganhos de rendimento são apreciáveis para
países nos estádios iniciais e intermédios do processo de globalização, mas com
diminuição dos rendimentos marginais à medida que a globalização se
intensifica, tornando-se eventualmente insignificantes. No interior dos países,
esses ganhos estão concentrados no topo da distribuição do rendimento nacional,
gerando crescente desigualdade. Concluímos ainda que as políticas internas
podem mitigar os efeitos distributivos da globalização.”
Sem comentários:
Enviar um comentário