(Um valor simbólico para começar a semana com inspiração. A
revolta da juventude americana, ou pelo menos parte dela, contra o insidioso lobby das armas dos EUA e as forças políticas
que lhe asseguram a devida cobertura, financiando-se por esse meio, é uma
demonstração que a ação política tem de mudar para integrar esta força de
esperança. A presença decidida de Emma González na cena pública
americana pode anunciar novos tempos.)
Ninguém de boa-fé
e que não tenha ainda perdido a inspiração da ação pública fica indiferente ao
turbilhão da figura de Emma, ao seu discurso perturbador, à crueza e força
direta da sua mensagem, retribuída com aquela mole humana de Washington, que
fez lembrar tempos passados, de outras lutas, já quase perdidas na nossa memória.
Na sua edição online diária, a New
Yorker de domingo, pela pena da Renata Adler, recorda uma peça de 1965 (link aqui) com uma perspetiva global da época de protestos universitários contra a guerra
do Vietname, defendendo a liberdade de expressão, os direitos cívicos e a paz. A
distância de 53 anos vem-nos lembrar a força dos movimentos juvenis para a
progressão das ideias e das sociedades.
A força das manifestações
que se realizaram pelas principais cidades americanas (ver artigo da New York Review of Books aqui) coloca em
evidência que a sociedade americana, pelo menos a mais urbanizada e qualificada,
nunca esteve tão madura para lograr conseguir uma viragem na suicida cultura
das armas. Mas essa tomada de consciência está longe de estar conseguida em
toda a sociedade e de certo modo ela é simbólica da situação política global e
do enraizamento que Trump conseguiu na América conservadora.
Independentemente
dos desenvolvimentos políticos que possam ocorrer nos próximos tempos, a tomada
de consciência da juventude americana pela luta do “Protect Kids not Guns” deixará seguramente marcas, de esperança.
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