domingo, 11 de março de 2018

GOVERNAÇÃO MULTINÍVEL





A Agência para o Desenvolvimento e Coesão organiza amanhã em Lisboa um seminário internacional centrado no tema “Território, Políticas e Governança”, com transmissão em direto no link http://entrprise.tv/05/adcoesao. A dimensão internacional é dada pela presença de nomes relevantes da ciência regional de hoje, Fabrizio Barca, Andrés Rodríguez-Pose e John Batchler. A ADC convidou-me para moderar o painel Governação Territorial: instituições, escalas e políticas, que será enquadrado por duas intervenções iniciais, a de António Ramos da ADC sobre modelos de contratualização em operação e de Sérgio Barroso (CEDRU) sobre o que ressalta das avaliações territoriais entretanto realizadas ou em curso.

A mim cabe-me moderar a participação de uma diversidade interessante de atores: Pedro Calado do Alto Comissariado para as Migrações, Paulo Feliciano do IEFP, João Teixeira Presidente da CCDR Lisboa e vale do Tejo, Ribau Esteves Presidente da CIM da região de Aveiro, Pedro Ribeiro Presidente da Cãmara Municipal de Almeirim e António Machado Secretário-geral da Associação de Desenvolvimento da região do vale do Tâmega.

Em articulação com a ADC, preparei quatro temas de interpelação aos nossos participantes:

  • Partindo do vosso posicionamento institucional, pedia-vos que se situassem preferencialmente sobre uma política pública em particular, e que refletissem sobre o vosso grau de influência no desenho da política pública que ajudam a entregar, sobre a escala territorial em que operam avaliando criticamente o vosso conforto nessa mesma escala e a pertinência da mesma e sobre as dificuldades de organização e capacitação com que se têm defrontado nessa tarefa;

  • Qual a vossa experiência no envolvimento e catalisação de outros atores da sociedade civil nos processos de governança territorial em que estão envolvidos;

  • Qual a vossa experiência e avaliação (articulação/desarticulação, coerência/incoerência) de participação em diferentes níveis territoriais de governação, usando para isso por exemplo o domínio das políticas de coesão;

  • E, finalmente, talvez a interpelação mais controversa, gostaria de vos colocar a questão da fadiga institucional que a governança territorial pode ou está a suscitar: no fundo, a questão dos recursos (técnicos, humanos e organizativos) e da sua mobilização para o exercício da governança territorial, uma questão que tendemos erradamente a ignorar e que tem significado atendendo ao momento particular em que a administração pública, no seu todo se encontra.

Escusado será dizer que o tema para mim mais promissor é o último, dada a errada conceção que predomina em Portugal de que a governança multinível não enfrenta custos de transação e coordenação e que não consome recursos, num contexto em que eles estão dramaticamente escassos nos três níveis da administração pública, central, regional e local.

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