terça-feira, 13 de março de 2018

UMA QUE ACABA, OUTRA QUE COMEÇA

(cartoons de Reiner Schwalme, http://www.tagesspiegel.de, Pete Kreiner, http://www.cartoonmovement.com e Joe Cummings, http://www.ft.com)

Lentamente, cirurgicamente, erraticamente, quadradamente, como quer que queiramos qualificar mais uma árdua contenda negocial para a constituição de um novo governo alemão, a verdade é que os germânicos lá chegaram ao único resultado possível, que no caso tinha de ser uma renovada Groko (Grande Coligação). Pelo caminho deste “Angela IV” (acima, as caras que o protagonizarão), caíram as idealistas e justas reivindicações da juventude do SPD e tombou a cabeça de Martin Schulz (será? A mim, não deixa de me passar pela cabeça que ele ainda vai conseguir chegar à Comissão Europeia, mas adiante), entre outros dados de menor monta. Habemus Governum, pois, a Europa que prepare os ossos e a medula para o regresso dos novos e velhos senhores de Berlim (Olaf Scholz, na imagem acima, será o petit patron vindo da margem esquerda do espetro).

Entretanto, a contenda governamental transfere-se agora para Itália, com a nada irrelevante nuance de que não ocorre entre partidos tradicionais e democráticos nem entre uma qualquer esquerda democrática e uma qualquer direita democrática. Ocorre, isso sim, entre duas forças cuja mensagem e marcas mais salientes são de tal modo aproveitadoras e conjunturais que conseguiram relegar Berlusconi para segundo plano e até quase já o guindaram a desejado (sem esquecer as suas rudezas e os seus atropelos, bem entendido). Ninguém sabe dizer com um mínimo de segurança como vai acabar este episódio bastante mais triste do que o acima mencionado, a tender para o terror – não sei mesmo se Sergio Mattarella vai arbitrar algum jogo com conteúdo real ou se estaremos, sobretudo, num reino de faz-de-conta; mas também importa sublinhar que tantas vezes vai o cântaro à fonte...

(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)

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