Um breve apontamento para assinalar a saída de cena enquanto máximo gestor responsável de Jeff Bezos, fundador da Amazon e hoje considerado o homem mais rico do mundo. Não se tratando, obviamente, de daqui produzir um elogio ao capitalismo enquanto tal, sempre importará realçar o trajeto empresarial da companhia baseada em Seattle em pouco mais de um quarto de século – o que o gráfico acima ilustra mais do que cabalmente, com destaque para a criação em 1994, a evolução para public company em 1997 (com uma avaliação de 438 milhões de dólares e uma estimativa de “prejuízos substanciais” no futuro previsível), a tomada de várias decisões estratégicas assinaláveis e disruptivas (a primeira das quais foi o move beyond books), o marco de se ter tornado a segunda companhia a atingir 1 bilião de dólares de capitalização bolsista (setembro de 2018). Aos 57 anos, Bezos não se afasta do seu universo empresarial principal mas entrega-o a um gestor com provas mais do que dadas em matéria de business development (veja-se a sua prestação na área do cloud computing) e da sua inteira confiança pessoal (Andy Jassy), ganhando assim outro espaço vivencial que poderá consagrar à sua conhecida paixão pela exploração espacial, ao aprofundamento de dimensões em que já está envolvido (de fundos filantrópicos, hoje com enfoque na educação e na pobreza, ao turismo ou à imprensa e comunicação social, onde se tornou notório com a aquisição do “The Washington Post” em 2013) ou, mais simplesmente, a alguma legítima forma de novo way of life (exatamente dois anos depois de se ter divorciado da mulher com quem então completava as bodas de prata). Em qualquer caso, há ali qualquer coisa diferenciada no capitalismo americano e a mudança de guarda decidida por Bezos não foi, neste plano, mais do que a de um follower em relação a opções semelhantes de Bill Gates ou de Larry Page – porque a vida é curta e desmedidos são os seus desafios criativos...
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