Está fora do meu alcance a compreensão do que está a suceder ao Benfica de há um ano a esta parte. Sem ir demasiado ao detalhe, primeiro foi um campeonato perdido de forma escandalosa, depois foi o namoro descarado em relação a Jesus o salvador, em seguida foi a heroica chegada deste e a correspondente bazófia (de ganhar tudo a arrasar jogando o triplo), na sequência foi a novela em torno da contratação de Cavani (mais tarde prolongada com a de Lucas Veríssimo), logo adiante foi a eliminação da Champions pelo PAOK de Abel Ferreira (sim, o mesmo que logo resolveu ir para São Paulo e levar o Palmeiras a uma vitória na Libertadores que o Jesus do Flamengo do ano transato vaticinara nem em 100 anos se repetir pela mão de um treinador português), entretanto foi a vinda a lume de desaguisados e afastamentos internos (com Rui Costa e Luisão a interpretarem papéis centrais) e o inimaginável número de infeções por coronavírus que assolou o grupo de trabalho (com Jesus a não escapar), finalmente foi o engodo de um início de campeonato razoável a rapidamente ceder o lugar a uma inédita sucessão de desaires e o seu cúmulo ontem numa merecida derrota perante o Sporting e consequente distância classificativa de nove pontos em relação aos rivais da Segunda Circular (e cinco face aos da “província”). Aqui chegados, volto ao início: juro que, não estando naturalmente insatisfeito com tamanha desgraça, também não estou a gozar com a situação (que aliás deve ser grave) ao mostrar-me intrigado e ao assim me interrogar sobre o que se poderá estar a passar de substancial – é que a mera responsabilização do azar e alguma perda de influência arbitral não bastam para explicar tanta constância na adversidade! Pessoalmente, inclino-me para a componente diretiva nos vários planos que a compõem e, nesse quadro, para o palpite de que o comando atual já ultrapassou o seu prazo de validade e, portanto, para que a tenaz insistência do arguido Vieira não ilude o facto de ele estar definitivamente a mais...
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