sábado, 27 de fevereiro de 2021

MOEDAS COMO MOEDA

Rui Rio tirou um surpreendente “coelho da cartola” ao apresentar Carlos Moedas como o candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa. Aquilo a que se pode chamar “uma boa malha”, algo que desde já contribui para mudar uma desfavorável perceção da relação política de forças que parecia desenhar-se com vista às eleições autárquicas do pós-Verão, pese embora o facto dos seus contornos negociais e outros ainda estarem largamente por desvendar. Coisa diversa será a de entender o racional associado à aceitação de Moedas e ao lado dos setores internos ao PSD considerados próximos de Passos Coelho, algo não facilmente perscrutável mas certamente existente nos respetivos íntimos. Não quereria aqui especular grandemente em torno, até porque este será assunto de alguma centralidade no nosso próximo futuro e que irá ganhar em clarificação à medida que se forem conhecendo outros candidatos do PSD e maiores detalhes sobre a configuração do projeto de Moedas (coligação alargada à Direita sem “Chega”?). A quente, e tudo o mais constante, dir-se-ia que Moedas jogou forte demais no grau de risco que vai assumir (também é verdade que quanto mais arriscada é a aposta mais bem remunerada ela pode tornar-se...) e que a ala “passista” poderá ter perdido um trunfo (também podendo ser verdade que possa existir alguma maquinação de alto calibre na sua outonal manga). Em suma: teremos mesmo que aguardar por novos episódios.

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