(Será que a força simbólica de um camuflado é responsável pela mágica evidência de que, de repente, o processo de vacinação em Portugal se transformou em algo de imaculado, apenas ameaçado pela disponibilidade de vacinas, esse bem precioso do nosso tempo pandémico? Perguntar não ofende e constitui seguramente uma dúvida metódica para compreender a aleatoriedade por vezes perversa das agendas mediáticas cá pelo burgo.)
Dirão alguns, talvez ingenuamente, que a sanção social se sobrepôs ao fascínio de enganar o outro e que por esse motivo as desbragadas agendas mediáticas terão pelo menos produzido esse efeito positivo. Santa ingenuidade. Cá para mim ninguém me tira a ideia da força simbólica do camuflado. Basta com atenção ler jornais e ver televisão para o compreender. Pois que seja assim.
Nota final
Junto-me pesaroso ao meu colega de blogue para registar mais um, Luís Salgado de Matos, que partiu entre os que contribuíram para que o estudo da economia portuguesa se enriquecesse com novas perspetivas de análise empírica robusta e rigorosa, algo de fundamental para que diferentes abordagens teóricas se pudessem confrontar. “O Investimento Estrangeiro em Portugal” é de facto uma obra inspiradora dessa importância.
Como simples homenagem, fui à estante e na antologia do Tempo e o Modo que foi publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Centro Nacional de Cultura em 2003, reli no número 36 da Tempo e o Modo o seu artigo sobre Basílio Teles, cuja personalidade foi formada como é conhecido no tecido cultural do Porto.
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