domingo, 11 de abril de 2021

ELE ANDOU MESMO E MUITO POR AÍ!

Esta foi a semana em que se deu o desaparecimento, aos 99 anos, do Duque de Edimburgo e príncipe consorte (e, diga-se, também com sorte) por via do seu casamento com a Rainha Isabel II de Inglaterra (longuíssimo, como se sabe, tendo ficado à bica de serem celebradas as chamadas “bodas de brilhante”). Uma figura aparentemente neutra e até quase servil, sem dar sinais de grande interferência nos assuntos de Estado, Filipe foi, afinal e como muitos já sabiam e outros suspeitavam, um protagonista com algum grau relevante de influência em matérias que marcaram o papel britânico em momentos marcantes do desenrolar do seculo XX (como a excelente série “The Crown” revelou de modo assaz contundente, colaboracionismo nazista incluído mas muito mais).

 

O eterno príncipe herdeiro (esse estranho Charles, que conseguiu casar com Camila – por coincidência, no mesmo dia da morte do pai! – depois de ter feito a vida num inferno a Diana) surge hoje nas páginas de diários britânicos a declarar o seu luto e quão enorme falta lhe faz o querido pai, o mesmo pai que o massacrou (ou, pelo menos, tornou infeliz a sua infância e juventude) em permanência devido às opções arcaicas e impensadas a que o forçou de modo e por razões tão afetivamente inconsequentes quanto convenientemente autoritárias. A morte de Filipe, de principal ascendência grega (era sobrinho de Constantino I) e tendo acedido à naturalização britânica sob o nome de Mountbatten, era aguardada desde que renunciara a desempenhar papéis de Estado, certamente pela incapacitação física e intelectual que visivelmente o vinha afetando, tendo acontecido agora quase naturalmente e sem que nada nem ninguém mais tenha apontado do que elogios de segunda ordem numa vida pública e privada cheia de esquinas e alçapões.


(Ben Jennings, http://www.guardian.co.uk)


(Peter Brookes, http://www.thetimes.co.uk)


(Morten Morland, http://www.thetimes.co.uk)


(Pierre Kroll, http://www.lesoir.be)


(Chris Riddell, http://www.guardian.co.uk)

(Steve Brighty, https://www.thesun.co.uk)

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