Será certamente repetitivo e cansativo algum bater na tecla das limitações do nosso PRR. Mas também não o será menos a insistência governativa no imenso dinheiro que está a chegar para injetar na economia, na prioridade a triplicar que se irá dar à sua execução, nos múltiplos envelopes que irão ser destinados a todos quantos façam prova de existência no sentido de os merecer, nas maravilhas da descarbonização e da digitalização que se está a preparar tão obediente quanto afincadamente (o exemplo dos computadores para as escolas não passou de uma azarada exceção para confirmar a regra!)... Para onde queremos ir e por que caminhos, isso já é outra história, bem menos concreta e definida (como diz a canção), algo que a divina providência se encarregará (pelo menos assim se espera!) de orientar au fur et à mesure, haja é dinheiro disponível no banco!
Isto mesmo sublinhavam alguns articulistas do “Expresso” deste último fim de semana — como esses mesmos e outros nas semanas transatas —, numa emissão de convergentes sinais dos tempos, ainda que sob formas mais arrasadoras ou mais moderadas... e com Clara Ferreira Alves a primar pelo destrutivo “Como dar cabo de um país” em que quis situar neste período que vivemos aquele que será talvez o pior de sempre da nossa democracia: “(...) nunca imaginei que tal sabor amargo viesse à força, o de não ver futuro para Portugal, de não descobrir chefes respeitáveis que não façam da mentira a verdade da propaganda” ou “Estamos no oásis ou estamos de mão estendida, estamos de tanga, estamos no buraco, logo salvos pela miragem cristalina do oásis chamado Europa. Ou, na frase reveladora de António Costa a Ursula von der Leyen: ‘Já posso ir ao banco?’”.
Sem comentários:
Enviar um comentário