A China, cada vez mais a China a prevalecer nos sinais de uma nova ordem económica que por todo o lado vão sendo postos a nu. Uma verdade cada vez mais expressiva e comprovada pelos mais variados indicadores. O que aqui trago hoje é um menos habitual, até talvez algo enviesado em relação aos mais analiticamente pujantes, mas que aponta na mesma direção: o ganho de importância relativa dos IPO chineses no corrente ano, “um ano sombrio para levantar capital” mas um ano em que um shake-up se torna claro em favor da China, onde as novas cotadas em Xangai e Shenzhen captaram um volume de recursos (35 mil milhões de dólares) muito superior ao levantado nos seus pares a nível global (constata-se, no quadro acima, que Wall Street ficou a menos de metade daquele total).
Os autores do artigo que aqui é utilizado como referência (Hudson Lockett e Cheng Leng, escrevendo de Hong Kong para o “Financial Times”) sublinham ainda que as bolsas americanas estarão também a perder, nestes anos recentes, boa parte do negócio especialmente lucrativo que lhes advinha das cotações de grupos de tecnologia chineses (vejam-se, no quadro abaixo, os crescimentos da ChiNext, uma espécie de NASDAQ da Bolsa de Shenzhen, e da Star Market, um mercado chinês de ações estabelecido em Xangai em meados de 2019 com foco em ciência e tecnologia), isto por via da capacidade de reação por parte de Beijing em matéria de ajustamentos regulatórios e dinâmica comercial interna. Tudo visto e considerado, apenas mais um exemplo bem elucidativo de um país focado em prosseguir uma estratégia de afirmação, qualquer que seja o domínio em que tal possa produzir-se.
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