Dá que pensar o que tem vindo a ser tornado público em matéria de incidências graves no Serviço Nacional de Saúde (acima, uma súmula de algumas esclarecedoras manchetes jornalísticas). Tudo aponta para a presença de duas falências em vias de se produzirem, com alguns elementos de adicional complexidade à mistura: uma corresponde aos caminhos de uma maioria absoluta que tanto ajudou o primeiro-ministro a alimentar a sua indisponibilidade reformista e a sua preguiça e pouco jeito nas escolhas de “ajudantes” à altura (no caso, começa a ser claro estarmos perante uma “tutela política esgotada”, como escreve hoje Maria João Marques no “Público”); a outra corresponde a algo ainda pior ao trazer à colação evidências indisputáveis de um SNS a rebentar pelas costuras, o que necessariamente teremos de interpretar como sinais muito preocupantes de um Estado Social cada vez menos estável e menos capaz de encontrar os meios para uma adequada sustentação. Tudo isto é triste, tudo isto é fado, sem dúvida de nenhuma espécie, até porque a hipótese de as pessoas não adoecerem, não terem acidentes e não engravidarem parece completamente de excluir, mesmo à luz do maior e mais irritante dos otimismos...
quarta-feira, 15 de junho de 2022
DUAS FALÊNCIAS
(Luís Afonso, “Bartoon”, https://www.publico.pt)
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