segunda-feira, 20 de junho de 2022

UMA BOFETADA EM FRANÇA

Concretizou-se o cenário mais esperado na segunda volta das eleições legislativas francesas. Nos termos que o “Libération” tão bem sintetiza sob o grande título de “A Bofetada”: “choque RN [Marine Le Pen], avanço NUPES [Mélenchon], queda da Macronie”. A perda da maioria absoluta por parte de Macron, um fenómeno inédito desde a alteração feita à lei eleitoral para facilitar a vida ao presidente eleito, é o resultado que mais sobressai (abaixo três dos melhores exemplos da varridela acontecida, que atingiu com especial estrondo o presidente cessante da Assembleia, o líder do partido e a ministra da Transição Ecológica) e aquele que prenuncia dificuldades em vias de emergir nos tempos mais próximos, que serão necessariamente instáveis e até de possível crise político-institucional. Mas o enorme grupo parlamentar a que acede a extrema-direita não deixa de ser também um sinal de perigo no horizonte. Já o relativo sucesso da “união popular” acabou por não ser surpreendente face ao trabalho de sapa que foi realizado naquela área política, apenas deixando no ar interrogações quanto à durabilidade da solução que foi encontrada e quanto à estratégia que doravante irá ser adotada por parte daqueles significativos 142 deputados em matérias tão determinantes como a da integração europeia. Muito para acompanhar no verdadeiro laboratório político em que se tornou a França.



(Jean Plantu, https://twitter.com)

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