(Tal como o meu colega de blogue, não morro de amores por Santos, o Fernando, embora tenha de reconhecer que com o seu pacto com os deuses ou com Nossa Senhora dos Aflitos lhe devemos alguma referência pelos resultados a que tem conduzido a seleção. Quando os deuses estão distraídos ou Nossa Senhora cansada de velar pelo trombudo, tudo desaba como aliás ontem aconteceu em Genève, em que tantos portugueses precisavam daquela vitória para reforçar a autoestima.)
Podemos questionar as opções iniciais de Santos, mudando excessivamente posições num jogo que era fundamental ganhar para acumular reservas para os dois últimos embates desta fase de grupos desta competição, estranha nos seus propósitos e atentatória dos direitos mais elementares dos jogadores e do seu direito ao descanso.
Mas o que mais me irritou no jogo de ontem foi a completa indiferença do selecionador à falta de atitude e de maturidade competitiva de muitos dos jogadores, precocemente guindados ao estrelato.
Dois elementos emergiram destacados nessa capítulo do jogo, Nuno Mendes defesa-esquerdo do PSG e Rafael Leão campeão este ano em Itália pelo Milão. Foi chocante o desatino de Mendes e Leão, num frenesim de vedetismo e individualismo petulante, sem que uma vez ao menos o selecionador os repreendesse e os chamasse à razão do coletivo. Estou-me a marimbar se Mendes ou Leão jogam ou não nos seus clubes em sistemas diferentes e se lhes são autorizadas ou não liberdades e individualismo que na seleção são reprováveis.
O estilo de liderança de Santos como paizinho de famílias desavindas, a necessitarem de carinho protetor, é o pior possível para este tipo de jogadores em processo de formação e consolidação de personalidades. Meteu dó que, em frente à sua área de localização, Mendes e Leão passassem ao lado do jogo, envolvidos nos seus egos descontrolados. E nesse ambiente outro talentoso jogador, Vitinha de seu nome, acabou por ser também penalizado.
Independente do que Santos ainda conseguirá nesta competição e do modo como se apresentará no Mundial, seria bom que Santos começasse a fazer a sua trouxa e nos desamparasse a loja para uma maior frescura de processos.
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