O dia de ontem foi de algum suspense em Londres por via de uma já não inédita revolta do grupo parlamentar dos Tories contra o primeiro-ministro em funções, traduzida no voto de uma moção de censura interna ― com efeito, quem não se lembra do ocorrido com Theresa May em 2018 ou, mais longinquamente, com a emblemática Margaret Thatcher? Por um lado, a dúvida tinha alguma razão de ser porque havia sinais fortes e representativos de desagrado mas, por outro, tudo indicava que ainda não seria ontem ― como realmente não foi ― que uma maioria de expulsão se geraria contra o insistente BoJo (que andou numa roda viva nas últimas horas antes do voto, tendo designadamente enviado aos seus correligionários uma carta cheia de promessas tão generalistas como as de cortar impostos, promover o crescimento ou fazer reformas capazes de aliviar o aumento do custo de vida). Assim, o personagem sobreviveu mais uma vez ― já começa a haver quem o compare a um gato dotado de muitas vidas! ― mas em termos pouco animadores, com 148 deputados (41%) a votarem contra ele numa manifesta divisão do partido que torna o futuro de Boris incerto para não dizer escassamente auspicioso. Com as manchetes dos jornais a revelarem uma implacável dureza perante ele (vejam-se acima referências que vão desde “A festa acabou” até “Continua Pinóquio”), a vida tornou-se ainda mais difícil para um ser cuja resistência parece ilimitada e não dar sinais de declinar.
terça-feira, 7 de junho de 2022
ON HIS WAY OUT?
(Patrick Blower, https://www.telegraph.co.uk)
(Morten Morland, http://www.thetimes.co.uk)
(Ben Jennings, https://www.theguardian.com)
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