A situação em que o País vive não se compadece, a meu ver, com exercícios inconsequentes de marketing político (aliás acompanhados de uma discutível mas bem elucidativa alteração na comunicação política do Governo, traduzida ela na contratação de um diretor de comunicação, o presidente e criativo da “Time Out Market” João Cepeda ― uma decisão que ainda vai dar certamente bastante que falar!), antes exigiria foco e estratégia visando a resolução dos graves problemas estruturais que de há muito nos atingem. Não parece ser esse o entendimento do primeiro-ministro, quer ao ter vindo apelar junto das empresas no sentido de um “esforço coletivo” para um aumento de salários (20% em termos médios, embora não se perceba exatamente do que está a falar, i.e. e designadamente para não referir também o canhestro voluntarismo da fórmula utilizada e a sua substantiva ausência de lógica, se se trataria de evoluções de salários nominais ou reais) quer ao ter autorizado a sua “ajudante” da área do Trabalho a vir a público emitir sinais estranhos e contraditórios (para não dizer errados) quanto a uma vontade governativa de testagem de uma hipotética semana de quatro dias. No meio disto tudo, onde para a magna questão por todos proclamada da produtividade enquanto verdadeira condição permissiva de certos ajustamentos consensualmente justificáveis mas conjunturalmente irrealistas? E, já agora, quando serão seriamente abordadas as várias reformas em falta no País de que a maioria absoluta parecia indiciadora de poderem vir a ser finalmente colocadas na ordem do dia?
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