sábado, 19 de novembro de 2011

BREVES

1. Depois de ter ouvido ontem à noite o “louva a mim/nós” de Carlos Moedas e as suas explicações a Mário Crespo sobre o bem fundado de a missão do BCE se circunscrever ao controlo da inflação – porque sim, porque não devemos misturar política monetária e política orçamental, porque os alemães têm um trauma justificado na matéria, porque são nossos amigos e se interessam muito pelo nosso crescimento económico, porque temos trabalhado dia e noite desde 21 de Junho e passamos com distinção no exame desta semana, porque importantes são as reformas estruturais (quais e quando?) –, abro o “Expresso” de hoje e deparo-me com Poul Thomsen (chefe da missão do FMI em Portugal) em entrevista: “Se a economia afundar mais reconsideraremos o défice de 2012”! Diz que a ordem dos factores é arbitrária, diria o RAP – “todo um programa”, como diz Clara Ferreira Alves no seu inspirado artigo da “Única”…
2. Sou entretanto informado de que Álvaro deixa colar no corredor que leva ao seu gabinete um cartaz dizendo: “O que é que já fez hoje para fazer crescer a economia?” E de que pede aos nossos “50 maiores empresários” sugestões e medidas concretas para relançar a economia e impulsionar as exportações. Mas afinal não estava já tudo tão identificado em “Os Mitos da Economia Portuguesa” e, sobretudo, “todo um programa” já trabalhado nesse magistral “Portugal na Hora da Verdade” – Como Vencer a Crise Nacional” (Gradiva, Abril 2011, 570 páginas)? Bom, se for tudo como com a TSU/desvalorização fiscal, mais vale realmente começar de novo…
3. Prossigo e penso com os meus botões: nada como “meter a mão na massa” para se mostrar o que se vale! Depois de tantos insultos e acusações a outrem – especialmente sem contraditório, às vezes gratuitamente e sempre com os mesmos alvos e “parti-pris” –, João Duque acaba de demonstrar quanto o fazer bem é mais complexo do que o dizer mal: o relatório do serviço público para a comunicação, que aceitou coordenar à falta de melhor, é também “todo um programa”. De que quase todos se demarcam, “to say the least” – demasiadas luzes televisivas e pouco arejo das ideias resultam necessariamente em “confusion de confusiones”…

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