Não, não se trata de falar de feriados ou de aumentos de
tempos de trabalho. Trata-se de pontes no sentido mais físico do termo, pontes
que ligam margens, que saltam sobre vazios profundos e outras formas físicas
que possam assumir.
TSF (http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=2137247&page=-1), hoje 21 de Novembro de 2011, 07.06 e 09.10: “Ponte que ruiu em Águeda foi alvo de alertas em duas inspecções”, “Câmara
de Águeda diz que ponte esteve aberta durante anos apesar do risco” , “Jorge
Almeida, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Águeda, alerta que as câmaras
não têm dinheiro para preservar as obras que eram da Estradas de Portugal”.
Castelo de Paiva, Entre-os-Rios (trágica), Constança (em pleno clímax da discussão em torno do TGV, um conjunto de cidadãos permaneceu afastado da via mais rápida de acesso ao seu local de trabalho por incúria ou falha de coordenação) e Águeda (ver notícias) são ilustrações do nosso mal de vida com uma família de infraestruturas tão essencial para a vida quotidiana.
O que não deixa de ser um paradoxo num país que levou bem longe o esforço de dotação infraestrutural em matéria de condições de mobilidade rodoviária. Mas os três acontecimentos projectam um pouco a imagem de fim de ciclo, de desmontagem dos holofotes, de libertação de responsabilidades, de fuga de compromissos. Os sinais aqui evidenciados apontam para uma necessidade imperiosa: é necessário começar a fazer contas para uma orçamentação rigorosa dos investimentos de manutenção/conservação que a dotação infraestrutural entretanto atingida vai exigir. Caso contrário, a perda de capital físico que essa incúria poderá determinar corre o risco de inviabilizar qualquer aproveitamento colectivo que possamos fazer de uma trajectória menos canónica em matéria de infraestruturas físicas. Será certamente um trabalho menos visível em matéria de aparato mediático e certamente menos empolgante em termos de um discurso de pretensa modernidade. Mas a ideia de serviço público exige-o.
Paralelamente, impõe-se um esforço de clarificação de quem faz o quê nesse mesmo esforço de conservação/manutenção. Falhas de coordenação ou vazios de responsabilidade podem implicar riscos trágicos. E por cá o valor da vida ainda não é questionável, mesmo com consolidação orçamental abrupta das contas públicas. É uma outra forma de chegar a um tema aqui recorrente: as novas escolhas públicas.
Castelo de Paiva, Entre-os-Rios (trágica), Constança (em pleno clímax da discussão em torno do TGV, um conjunto de cidadãos permaneceu afastado da via mais rápida de acesso ao seu local de trabalho por incúria ou falha de coordenação) e Águeda (ver notícias) são ilustrações do nosso mal de vida com uma família de infraestruturas tão essencial para a vida quotidiana.
O que não deixa de ser um paradoxo num país que levou bem longe o esforço de dotação infraestrutural em matéria de condições de mobilidade rodoviária. Mas os três acontecimentos projectam um pouco a imagem de fim de ciclo, de desmontagem dos holofotes, de libertação de responsabilidades, de fuga de compromissos. Os sinais aqui evidenciados apontam para uma necessidade imperiosa: é necessário começar a fazer contas para uma orçamentação rigorosa dos investimentos de manutenção/conservação que a dotação infraestrutural entretanto atingida vai exigir. Caso contrário, a perda de capital físico que essa incúria poderá determinar corre o risco de inviabilizar qualquer aproveitamento colectivo que possamos fazer de uma trajectória menos canónica em matéria de infraestruturas físicas. Será certamente um trabalho menos visível em matéria de aparato mediático e certamente menos empolgante em termos de um discurso de pretensa modernidade. Mas a ideia de serviço público exige-o.
Paralelamente, impõe-se um esforço de clarificação de quem faz o quê nesse mesmo esforço de conservação/manutenção. Falhas de coordenação ou vazios de responsabilidade podem implicar riscos trágicos. E por cá o valor da vida ainda não é questionável, mesmo com consolidação orçamental abrupta das contas públicas. É uma outra forma de chegar a um tema aqui recorrente: as novas escolhas públicas.
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