A primeira das breves referidas no post de Freire de
Sousa de hoje sobre a intervenção de Carlos Moedas na SIC Notícias tem que se
lhe diga e merece desenvolvimentos em torno da mesma. Tratando-se de alguém com
peso técnico e político na condução do processo de resgate financeiro
(designadamente a sua monitorização), o seu alinhamento explícito com as posições
alemãs em matéria de abordagem à crise das dívidas soberanas tem um significado
mais do que circunstancial. Este alinhamento, que já teve outras expressões
anteriores, parece querer dizer que a estratégia política em curso é a de
procurar um abrigo face às posições alemãs e tentar encontrar aí alguma boa
compreensão para que um estatuto de fiel seguidor combinado com a nossa pequenez
nos possa retirar da confusão.
Em claríssima articulação com esta entrevista de Carlos
Moedas, eis que o “insuspeito” Financial Times de ontem (www.ft.com, Novembro 18, 4.32 p.m.) dá conta da fúria
que grassa pelos meios políticos irlandeses. Não é que pormenores essenciais do
próximo orçamento irlandês (publicamente anunciado apenas para 6 de Dezembro de
2011) terão sido comunicados ao Ministro das Finanças alemão no âmbito do
resgate financeiro em que participam autoridades alemãs. O artigo refere ainda
que, para aquecer o ambiente, na conferência partidária da CDU a expressão “ A
Europa está agora a falar alemão” terá marcado a intervenção de um destacado
dirigente do partido da Senhora Merkel.
Afinal, o gato não está tão escondido como isso …
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