sexta-feira, 25 de novembro de 2011

DEPOIS DA QUADRATURA DO CÍRCULO


A minha não apetência para blogger noctívago explica que esta nota só agora seja registada. Estou perplexo. No Quadratura do Círculo dedicado à apreciação da greve geral, a posição mais consistente e acutilante de explicação e defesa do direito à greve e de desmontagem da questão “alguém ganhou com a greve geral?” foi a de José Pacheco Pereira (JPP). Registei alguma surpresa nos rostos de Manuel Carvalho da Silva e de João Proença (este último estranhamente menos redondo e mais convincente em matéria de análise dos últimos (não) desenvolvimentos na concertação social do que o primeiro. A prestação de JPP transmitiu uma defesa exemplar do direito à greve como manifestação superior da qualidade da democracia e de acautelamento dos interesses de faixas importantes da sociedade portuguesa, não deixando de denunciar alguns desequilíbrios na cobertura de interesses de grupos mal representados nas estruturas sindicais. António Costa não esteve presente mas provavelmente o sentido desta nota seria pouco diferente. Curiosamente, na presença dos dois dirigentes sindicais, JPP foi claramente menos ácido na sua crítica à rigidez das posições sindicais do que nele é habitual. Deferência para com os colegas de debate em dia tão específico? Sinais de uma leitura mais consistente do processo de “ajustamento” em curso?
Estarei a ser talvez um optimista inveterado. Mas porque é que fiquei com a impressão que o pensamento das duas centrais sindicais me pareceu mais aberto a outras conversas do que o das forças políticas que lhe estão mais próximas?

Sem comentários:

Enviar um comentário