segunda-feira, 4 de julho de 2016

A ECONOMIA PORTUGUESA: CONTEXTOS




São recorrentemente inquietantes as principais análises económicas publicadas pelos nossos melhores especialistas em meios de comunicação social. E refiro-me apenas àqueles que se caraterizam por posicionamentos profissionais e tão objetivos quanto possível, não aos ideólogos da conversa fiada mais ou menos barata. Tal é o caso de Pedro Santos Guerreiro (PSG) e, concretamente, da sua coluna no “Expresso” deste fim de semana – que começava assim: “Portugal está em risco de um segundo resgate desde que saiu do primeiro. A saída limpa foi uma perceção política, não uma construção económica. Com aquela dívida pública (que entretanto cresceu) e aquelas perspetivas de crescimento económico (que entretanto desceram) não há matemática que resolva a insustentabilidade. A assistência financeira permanece, indiretamente pelo BCE, e no dia em que for insuficiente para ‘os mercados’ a ladeira que subimos será a mesma que desceremos.” E onde se pode ler, mais adiante: “Vivemos com baixo crescimento, poupança em queda, empresas ultraendividadas, uma União Bancária que torna o centro mais central e a periferia mais periférica, vivemos numa mentira supostamente piedosa porque a verdade, se revelada, nos faria pior.”

Os dados acima exprimem e ajudam a contextualizar com seriedade algumas daquelas nossas razões de preocupação. Sendo que o problema é de um foro tão substantivamente estrutural que é quase anedótico ler as declarações de Passos e Albuquerque. Porque, como muito bem diz PSG, isto já não vai lá sem a revelação das verdades, por muita presunção que se queira exibir e por muito marketing que se queira voltar a trazer à tona...

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