Apesar da fase de algum assoberbamento ocupacional em que conjunturalmente vivo, não poderia de forma alguma faltar à “Tertúlia” que a Universidade Católica de há anos organiza em julho com a especialmente capacitada animação do José Fernando Pinto dos Santos (JFPS) e do José Manuel Félix Ribeiro (JMFR). O “mestre de cerimónias” Alberto Castro decidiu adotar desta vez, diga-se aliás que com vantagens e inconvenientes, escolhas temática e de modelo dotadas de contornos diferentes dos habituais. Mas existiram momentos deliciosos e intelectualmente estimulantes, como sempre obrigatoriamente tem de ocorrer quando são aqueles os protagonistas.
Razões de escassez de tempo levam-me a ser bastante mais comedido do que habitualmente no reporte da sessão e do essencial que dela retive, limitando-me assim a uns breves tópicos indicativos/ilustrativos:
· JFPS – a “revolução digital” / as “três funções principais da direção empresarial” (saber do negocio, da empresa e do digital) e a necessidade de pessoas diferentes (triunviratos) no topo (“colaboração no topo”) / “valioso, valioso é o indigital” / “muito mais do que destruição de capital, estará a haver destruição de felicidade” / o “presentismo” a que se referem os historiadores (“nunca foi assim”) / “tenho dúvidas de que saibamos o que é uma revolução quando estamos a viver uma revolução” / “o problema não é o aumento da velocidade mas o aumento da incerteza” e “diminuir a angústia que resulta da incerteza é o papel fundamental das lideranças, da Universidade, da comunicação social”;
· JMFR – “eu não consigo pensar as partes sem ver o todo” / as famílias de tecnologias emergentes e a perspetiva de “tratar as tecnologias como as bonecas russas” / “da Guerra Fria saíram a Internet e o GPS” / dos submarinos nucleares aos drones como adaptação a piratas e talibãs / “a guerra, a saúde e o sistema financeiro, os três setores fundamentais para percebermos em que direção vão as sociedades” / “a Europa vive sob os escombros de um sistema financeiro assente em bancos” / as taxas de juro negativas e a destruição das poupanças de gerações para salvar instituições (Estados e bancos).
Uma sessão em que, apesar dos seus vários aspetos notáveis, não deixei de sentir algum tipo de desconforto – assim como se estivesse incluído num grupo de seres da Idade Média postos a discutir o Século das Luzes!
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