(O drama é que já
nada nos espanta, temos de nos
habituar a essa ideia)
A mensagem do
Tweeter expressa pelo ex-primeiro ministro sueco e diplomata Carl Bildt ilustra
bem a perplexidade gerada pela sua nomeação por Theresa May para ministro dos
Negócios Estrangeiros. Claro que haverá questões de política interna entre os
conservadores que nos escapam. Mas o sentimento expresso por alguns que
acreditaram que se trataria de uma brincadeira ou uma piada. Mas não, era a mais
pura realidade.
Duncan Robinson
no Brussels Briefing do Financial Times acrescenta lenha à fogueira, dizendo
apenas o seguinte (cito): “Mas Mr. Johnson não terá muito poder: as negociações com
Bruxelas e a celebração de novos acordos de comércio serão da responsabilidade
de outros. Mais, os ministros dos Negócios Estrangeiros são olhados com desdém em
muitos corredores de Bruxelas. Usando as palavras de um representativo quadro sénior
de Bruxelas, os ministros dos negócios estrangeiros fazem pouco mais do que realizar
conferências de imprensa para provar que ainda existem. Nesta perspetiva, Boris
é o homem certo para a função que vai desempenhar.”
Não sei o
que o meu antigo colega na FEP Augusto Santos Silva pensará disto. Estou certo que
o seu peso político não se coaduna com essa desvalorização do lugar. Voltando
ao Reino de Sua Majestade, embora me pareça que a nomeação de Johnson será uma
forma de Theresa May o ter com rédea curta, não deixa de incomodar os espíritos
mais calmos e não bélicos ter um menino mimado da elite de Eaton a incendiar alguns
diálogos. Por isso já nada nos espanta, e isso é trágico, agora sobretudo que a
barbárie do terrorismo islâmico potencia respostas descontroladas nas
sociedades mais ameaçadas, de dentro e não de fora.
Como alguém dizia em comentário ao Tweet de Carl Bildt, será interessante estar atento a quem vai realizar o primeiro convite a Boris Johnson para uma visita diplomática.
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