Têm sido quase unanimemente arrasadoras as reações ao novo “emprego” de Durão. Nada menos do que presidente não executivo da Goldman Sachs e seu consultor para o “Brexit” (o que será isso concretamente que não a disponibilização de toda uma rede adquirida de contactos políticos e funcionais para serviço dos interesses específicos dos novos patrões?). O homem ainda tentou vir ripostar em abono próprio que se é “criticado por ter cão e por não ter”, mas a pancada que levou foi sendo tanta, de tantas proveniências e com tanta violência que o dito terá acabado por desistir e por se deixar ficar na expectativa de que a onda possa passar. Julgo, todavia, que desta vez os danos de imagem são irreparáveis (“finalmente, Durão saiu do armário”, escrevia Manuel Carvalho no “Público” de Domingo, acrescentando ainda que “ele deu uma prova pública da sua verdadeira essência política – a de um trânsfuga cujos valores se medem pela vaidade, pela influência e pelo cheque do final do mês”), e não apenas em termos pessoais (Remember that Portuguese guy, glasses...?) mas também no tocante ao plano europeu (“A Comissão deve condenar esta nomeação e mudar as suas regras: interdição vitalícia de que um dos seus antigos membros vá pantoufler num domínio que regulamentou”, lê-se num editorial do “Le Monde” que designa Durão como “o antieuropeu” e mostra preocupação com a imagem da União Europeia, ou melhor, com o que dela ainda resta). Eis, pois, Durão no seu mais rigoroso registo: pantufas calçadas, taxímetro ligado e c’est parti...
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