(O futebol é de
facto um fenómeno espantoso…)
A vitória
épica de Portugal sobre uns atónitos franceses que pareciam debater-se com uma
parede intransponível, construída nas condições mais anómalas e trágicas da
eliminação do jogo do nosso gladiador e com um Éder providencial a protagonizar
o golo e toda uma mudança tática do nosso representante de Deus na Terra, dá
compreensivelmente origem às mais inesperadas reações.
Da minha
parte, após um grito que se deve ter ouvido na super-calma minha rua de todos
os dias, a minha associação foi para um pastiche, Mala de Cartão da Linda de Susa. Temia pelo pior, sobretudo pela
deceção coletiva de todo um povo emigrado que poderia acontecer, mas não
aconteceu. Por mais exagero que haja na afirmação, esta vitória é redentora de
toda uma emigração, sabe bem por eles e, estranheza das estranhezas, senti um
calafrio ao ouvir de novo a canção no You Tube. E estas croniquetas sobre o
Euro 2016 acabam com a metáfora da resiliência, da capacidade de reagir à adversidade
e que adversidade foi a eliminação do jogo de Cristiano. Somos assim, e as
categorias sociológicas que se danem. Fernando Santos construiu uma equipa em
torno dessa ideia de resiliência, ou seja tornar praticamente impossível que
alguém nos ganhe e aproveitar uma oportunidade que se já.
Será que
esta metáfora é transponível para a governação? Haverá alguém por aí que siga o
rumo de Fernando Santos?
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