quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A CIDADE HABITADA (II)




(Prossigo o levantamento de dimensões reflexivas para a intervenção na mesa redonda de 6 de março, na 1º Conferência no Porto do Congresos Internacional da Habitação no Espaço Lusófono, identificando peças do puzzle que há de estar então construído …)

Dia intenso por terras de Melgaço, do centro urbano (vila) contido e preservado à força telúrica de Castro Laboreiro e à riqueza ambiental da porta de Lamas de Mouro, passando pela força da paisagem da vinha, com passagem incontornável pela Quinta do Soalheiro.

Tempo apenas para fixar mais uma peça do puzzle que, construído, dará forma à minha intervenção na Biblioteca Almeida Garrett:

Independentemente de saber se as cidades podem, através dos tempos, ser vistas desta maneira, as cidades contemporâneas não são seguramente sistemas dotados da sua própria coerência interna. Os limites da cidade tornaram-se demasiado permeáveis e estendidos, seja em termos geográficos, seja em termos sociais, para poderem ser teorizadas como um todo. A cidade não tem completude, centro, partes fixas. Em vez disso, é uma amálgama de processos frequentemente disjuntos e socialmente heterogéneos, um lugar de proximidade e de conexões longínquas, uma concatenação de ritmos; sempre na busca de novas direções. Este é o aspeto das cidades que precisa de ser capturado e explicado, sem qualquer desejo associado de reduzir a variedade dos fenómenos a qualquer essência ou integridade sistémica”.

Ash Amin e Nigel Thrift, Cities Reimagining the Urban, Polity Press, 2002

Foi nesta orientação e seguindo o caminho destes autores que descobri o observador/flâneur das cidades, postura necessária, não exclusiva obviamente, para um entendimento da Cidade na sua dimensão contemporânea, habitada ou por habitar.

Mas o flâneur fica para outras peças do puzzle.

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