(Breve reflexão
em torno do próximo leilão da Sotheby’s em Londres a 1 de março de 2017, onde
vai a licitação uma das paisagens mais belas e famosas de Klint, sendo de temer que face aos muitos milhões
em jogo mais uma obra que deveria ser do domínio público vai parar às mãos de
alguém que não é certo que venha a permitir a sua fruição coletiva …)
Se uma lâmpada de Aladino me visitasse, dois dos três pedidos a solicitar
estariam definidos: aprender a tocar piano e o acesso a uma obra de arte de
referência que seria obviamente depositada para usufruição pública. O terceiro
pedido deixo-o à curiosidade do leitor.
Tudo isto porque a 1 de março de 2017 vai a leilão na Sotheby’s uma das
paisagens de referência de Klint, a Bauerngarten,
em que a cromática combinação de papoilas, margaridas e rosas parece esconder
segundo algumas interpretações um casaco de flores de uma figura invisível.
As obras de Klint que têm aparecido em leilão não abundam e daí a
curiosidade. Ainda recentemente se soube que, em 2016, a
apresentadora de televisão Ophra Winfrey terá vendido a um colecionador chinês
por cerca de 150 milhões de dólares uma outra obra icónica de Klint, a “Adele
Bloch-Bauer II (1912), detail”.
A privatização do belo em marcha ou a sua irreversível “asiatização”?
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