terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

PRIVATIZAÇÃO DO BELO?




(Breve reflexão em torno do próximo leilão da Sotheby’s em Londres a 1 de março de 2017, onde vai a licitação uma das paisagens mais belas e famosas de Klint, sendo de temer que face aos muitos milhões em jogo mais uma obra que deveria ser do domínio público vai parar às mãos de alguém que não é certo que venha a permitir a sua fruição coletiva …)

Se uma lâmpada de Aladino me visitasse, dois dos três pedidos a solicitar estariam definidos: aprender a tocar piano e o acesso a uma obra de arte de referência que seria obviamente depositada para usufruição pública. O terceiro pedido deixo-o à curiosidade do leitor.

Tudo isto porque a 1 de março de 2017 vai a leilão na Sotheby’s uma das paisagens de referência de Klint, a Bauerngarten, em que a cromática combinação de papoilas, margaridas e rosas parece esconder segundo algumas interpretações um casaco de flores de uma figura invisível.

As obras de Klint que têm aparecido em leilão não abundam e daí a curiosidade. Ainda recentemente se soube que, em 2016, a apresentadora de televisão Ophra Winfrey terá vendido a um colecionador chinês por cerca de 150 milhões de dólares uma outra obra icónica de Klint, a “Adele Bloch-Bauer II (1912), detail”.


A privatização do belo em marcha ou a sua irreversível “asiatização”?

Sem comentários:

Enviar um comentário