A União Europeia reuniu na semana transata em cimeira. A mesma teve lugar em La Valetta, por razões associadas à vigência atual de uma presidência maltesa. O principal tema anunciado eram os complexos assuntos relacionados com os refugiados, mas toda a discussão decisiva acabou por se passar à volta do modo de reagir às diatribes do senhor Trump. Não consta que de Malta tenham vindo grandes inovações político-estratégicas, a crer naquelas que foram as três notas conclusivas do encontro mais citadas: (i) entradas de leão, através da palavra do presidente do Conselho Donald Tusk e de vários outros queixosos, e saídas de sendeiro, através de um comunicado bastante mais recuado e contemporizador para com os Estados Unidos da América; (ii) Theresa May a evidenciar um recorrente e indómito esforço para salvar a sua pele brexitiana, com Merkel a já não hesitar em lhe deixar o aviso solene de que serão os paraísos fiscais (e Trump, by the way) a arruinar o Reino Unido; (iii) a Alemanha, aproveitando a impotente complacência dos outros grandes, a vislumbrar o ressuscitar da ideia de uma Europa a duas velocidades em que seja o seu comando a garantir a maior frente unida possível contra a deriva trumpista e as respetivas ameaças ao que ainda resta e é de interesse germânico no projeto europeu, a moeda única.
(Klaus Stuttman, http://www.tagesspiegel.de)
(Bob Moran, http://www.telegraph.co.uk)
(Gianfranco Uber, http://www.cartoonmovement.com)
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