quarta-feira, 10 de outubro de 2018

DETESTA LOS PROFESSORES


Pense-se o que se pensar sobre as manifestações e as greves dos professores, trata-se – em qualquer caso e independentemente do julgamento de cada um sobre a maior ou menor justeza das reivindicações ou o grau de aproveitamento oportunista das conjunturas – de um processo legítimo e inerente às sociedades democráticas. É isso mesmo aquilo que se observa nas imagens acima, em que se registam momentos de Mário Nogueira e da sua FENPROF a agitarem nas ruas, ali nas de Faro, as razões que os movem e a darem conta às populações dos seus argumentos. Ponto final parágrafo.

Mas a questão começa a mudar de natureza quando aqueles mesmos sindicalistas passam de uma prestação inquestionável, embora por vezes incómoda e até incompreensível, a uma outra em que procuram, descontextualizada e demagogicamente, explicar a turistas completamente alheados do problema que preocupa os professores portugueses que o governo nacional detesta os ditos professores. E não me refiro somente ao modo linguisticamente canhestro e pouco consentâneo com que tal é feito: “Quando vosotros ouvires dizer que el governo português se gusta mucho de la educacion, etc., es mentira; ele detesta los professores, ok?”. Refiro-me essencialmente ao mau gosto gratuito, e completamente circunstancial, com que se procura desinformar gente necessariamente incauta porque estranha ao País sem qualquer outro racional que não seja o da mera provocação ao governo e o do seu achincalhamento perante turistas que nos visitam e a quem coletivamente se esperaria que todos quiséssemos deixar uma indelével impressão positiva. Ou seja: não pode valer tudo nestes processos, sobretudo na exploração de dimensões que não lhes pertencem, sob pena de uma resultante de prejuízos maiores para benefícios rigorosamente nulos – a grandeza das causas também se pode avalia pelas exibições de maioridade/menoridade dos seus arautos.

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