sexta-feira, 5 de outubro de 2018

O CASO KATHRYN

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

A questão da violação de Kathryn Mayorga por Cristiano Ronaldo em 2009, num hotel de Las Vegas, apoderou-se dos noticiários televisivos e das redes sociais. A essência do assunto é muito séria, na medida em que respeita ao pior e mais traumático que o uso da força pode impor a um outro ser humano. Mas o concreto aqui em presença é mais difuso, na medida em que envolve seduções e consentimentos tácitos prévios, além de acordos já alcançados e dinheiros já transferidos. Acresce que a coisa surge no contexto predador da justiça americana, objetivamente à boleia do mediático movimento “Me Too” e tendo por alvo uma figura com a notoriedade pública de CR7. Em suma: para os mais puristas, violação é violação e ponto final parágrafo, mas há também quem riposte com atenuantes delimitadoras do grau de culpa do futebolista português. Um sarilho dos grandes para este, que lá vai ter de puxar mais cordões à bolsa para pagar ao “advogado dos famosos” que já contratou (o que será o menos) e que assim vai perdendo alguma da auréola de simpatia que acumulara durante anos de meritório esforço desportivo e arriscando consequências em termos dos patrocínios de que beneficia junto de várias grandes marcas mundiais (o que será o mais).

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