(O debate macroeconómico não para, sobretudo à medida que
a probabilidade de ocorrência de uma nova recessão, cujas dimensões são
indeterminadas, se vai intensificando. Olivier Blanchard tomou a iniciativa e perguntou:
As taxas de juro baixas conduziram a uma assunção de riscos
excessivos?)
O debate macroeconómico na blogosfera económica tem estado vivo. A
coincidência da comemoração dos 10 anos do colapso do Lehman Brothers ter sido
observada com gente a clamar que uma nova recessão vem por aí multiplicou
ideias e pronunciamentos, claro que a partir dos EUA, onde esta matéria do
debate é levada mais a sério.
No âmbito dos Current Economic Issues
da American Economic Association, (link aqui) Olivier Blanchard suscitou o
debate perguntando se a comunidade macroeconómica pensa ou não que o contexto
de baixas taxas de juro conduziu a uma tomada de riscos excessivos. A questão
não é inocente, sobretudo na antecâmara de uma possível nova recessão, mesmo
que não necessariamente com os mesmos contornos de destruição de produto,
emprego e riqueza
O debate está em curso tendendo a formar-se dois grupos de posicionamentos
em torno da matéria: os que, não rejeitando a existência de riscos, tendem como
Blanchard a considerar que eles não são excessivos e estão controlados e os que
são mais pessimistas quanto a essa matéria, embora reconhecendo que não há
propriamente um ótimo de risco a determinar e que por isso é praticamente impossível
saber se já entramos no nível de risco excessivo.
Mas o que mais me interessou neste debate que é bastante técnico foi a
clarificação de Lawrence Summers ainda sobre o entendimento da estagnação
secular: “O correto entendimento da estagnação secular
não é que a economia esteja sempre em estagnação mas que para atingir o pleno
emprego e o crescimento sustentado é necessário combinar condições financeiras
de risco e défices fiscais em níveis tradicionalmente considerados como
perigosos. Penso que a ideia de estagnação secular está a ser confirmada por
todo o mundo industrial.”
Talvez seja um subproduto do debate lançado por Blanchard, mas é a matéria
que mais me interessa.
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