quinta-feira, 18 de outubro de 2018

SERRALVES TEM OUTRO ENCANTO


Ana Pinho e João Ribas estiveram no Parlamento a procurar esclarecer os deputados da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto sobre a desinteligência que estalou entre o diretor artístico e o Conselho de Administração da Fundação de Serralves (que inclui também José Pacheco Pereira, Isabel Pires de Lima, António Pires de Lima, Manuel Ferreira da Silva, Manuel Cavaleiro Brandão e Carlos Moreira da Silva) acerca da exposição de Robert Mapplethorpe. Terá ficado claro não haver qualquer hipótese de acordo quanto aos factos e respetiva leitura (mais ou menos censória ou pas du tout), pelo que a única coisa que restará fazer para evitar danos adicionais ao importantíssimo projeto de Serralves para a Região e para o País será propor aos protagonistas deste incidente uma responsável viragem da página referente a este assunto em nome do objetivo maior de salvaguarda primordial da reputação e do bom nome de Serralves.

Coisa diversa será a discussão em torno de partes do material exposto – sórdido e gratuitamente chocante, para alguns, expressão de pura e talentosa arte, para outros – e, consequentemente, em torno da justeza dos avisos cautelares e das admissões reservadas a maiores de 18 anos. Uma discussão que não me oferece grandes opções quanto à segunda parte da mesma, ficando a primeira ao profundo cuidado de uma querela intelectual que me importa pouco.

Por fim, e cereja em cima do bolo, o momento mais flagrantemente dilerante (para não ir muito longe num qualificativo que também podia ser hilariante...) de todo este processo foi a visita dos deputados da dita Comissão Parlamentar a Serralves para ver e recolher informação, segundo ali declarou a sua presidente Edite Estrela (que também concluiu ter gostado muito da exposição). Citando-a: “É importante termos visto a exposição, é útil que nós vejamos 'in loco' quais foram as opções do curador, o que é que está exposto, qual é a sinalética adotada e, portanto, recolha de informação. Nós viemos para ver.” Do que não se pode duvidar, vistos os eloquentes testemunhos (escolhidos segundo um imprescindível critério básico de inocência) registados nas imagens mais abaixo.


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