(Klaus Stuttman, http://www.tagesspiegel.de)
(Antonio Rodríguez, https://www.cartoonmovement.com)
Há expressões ou frases que lemos ocasionalmente ou por acaso mas que nos tocam por virem ao encontro daquilo que anda de momento a rondar a nossa cabeça. Aconteceu-me algo desse tipo há umas horas atrás quando a menina que oferece os jornais no “Alfa” me estendeu o DN com a última página virada para mim e um artigo de Ferreira Fernandes (“O certo é o incerto”) que tinha o seguinte destaque: “Não, não é fascismo. Nem Trump é Hitler, nem os cavaleiros andaluzes que prometem a Reconquista o são. Não, não é fascismo. Ainda não é a violência organizada, o assalto ao poder para institucionalizar o fim da democracia. Por enquanto.” Decidi ler na íntegra o texto, o qual também explicita que “isto caminha para o descontrolo político num futuro próximo” e refere que “os diversos intermediários para a desgraça ainda são só isso, intermediários, antecâmara de um enorme sei lá o quê”. O autor referencia como recentes casos concretos abridores das “portas da cidade dos cidadãos” a corrupção da direita e da esquerda brasileiras, o referendo imprudente e estúpido de Cameron e os pactos parlamentares dos socialistas espanhóis com os independentistas, sem esquecer um pequeno apontamento dedicado aos “pecadilhos” e às “brincadeiras” de muitos agentes políticos (incluindo, certamente, os deputados nacionais). Só que, e a meu ver, a situação objetiva já vai muito para além dos voluntarismos subjetivos com que as mais das vezes a queremos ir enfrentando, com omissões ou disfarces – ou seja, e muito lamentavelmente, julgo que já será difícil irmos a tempo de atalhar ou suster a intrigante desgraça que se aproxima...
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