(2019)
(1999)
(Nada melhor do que acabar o dia e entrar pela noite dentro
com a sensibilidade poderosa de Cecilia Bartoli no seu trabalho insano de
redescobrir o Vivaldi desconhecido e outras preciosidades. Vinte anos depois do álbum de 1999, Cecília
regressa ao virtuoso e prolixo Vivaldi, agora na companhia de Jean-Christophe Spinosi
e do seu Ensemble Matheus.)
Cecilia Bartoli é daquelas mulheres cuja
sinceridade e identidade nos conquistam para sempre. Tive a grata oportunidade
de a ver ao vivo num concerto na Gulbenkian, num fim de tarde inesquecível, e
espero aguentar-me até uma outra visão me ser presenteada.
A trajetória inimitável de Bartoli não foi construída apenas com base na
sua musicalidade e presença de palco. Diria mesmo que se consolidou com o seu
estatuto de descobridora de preciosidades do barroco, combinando investigação,
pesquisa e canto, só ao alcance de alguns predestinados.
Dou por mim, muitas vezes, a imaginar o que seria o encontro intertemporal
entre Vivaldi e a sua intérprete. Por agora, resta-nos o conforto de um disco
que se ouve com todos os sentidos em alerta.
Vivaldi por Cecilia Bartoli, 20 anos depois, comemorando um álbum que
rompeu como um meteorito a música barroca.
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