(Jean Plantu, http://lemonde.fr)
A desgraça ocorrida em Estrasburgo enviou naturalmente para segundo plano as incidências da crise social e política em França. Mas torna-se incontornável que, passadas as necessárias horas de quarentena e reflexão sobre a incerta loucura que nos rodeia e amarra, voltemos ao tema. Mais não seja para manifestar incompreensão quanto ao modo como Emmanuel Macron geriu todo o processo (incluindo todos os seus antecedentes próximos e os fundadores), mostrando-se bastante menos à altura das circunstâncias do que parecia evidenciar do alto dos discursos reformadoramente inflamados com que veio a jogo afirmar a pujança da sua autossuficiência, arrasar os partidos tradicionais e tentar assumir estrondosamente as rédeas do país (e até da Europa, a crer no valor facial da sua narrativa de então) – e vê-lo na noite de trás a vir declarar humildemente je vous ai um peu compris e a vir colocar em cima da mesa negocial os 10 milliards (sim, são 10 mil milhões) sublinhados pelo “Le Monde” com justa perspicácia! Mesmo sabendo quão fácil é ser “treinador de bancada”, aumentaram-se-me seriamente as dúvidas sobre a real estatura de Macron e a sua capacidade política para vencer (ou mesmo contornar) a imensidão de desafios que se lhe deparam.
(Kak, http://www.lopinion.fr)
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