domingo, 23 de dezembro de 2018

EXEMPLO


O “Público” de hoje traz-nos uma entrevista com um dos mais notáveis cidadãos do Norte de Portugal, o britânico Paul Symington. O entrevistador Manuel Carvalho, também diretor do jornal, conhece bem o homem e toda aquela realidade que há longo tempo o fascina, a ponto de se sentir parte dela, e chama-lhe com propriedade “um dos britânicos mais durienses desde o tempo do barão de Forrester”.

Não querendo tirar aos frequentadores deste espaço o prazer de uma boa leitura e reflexão, sempre sublinharia como mais absolutamente essencial o modo como Paul Symington vê a maior ameaça atual para o setor: “o grande desafio do vinho do Porto é manter-se relevante num mercado cada vez menos interessado nos vinhos generosos”. Acrescentando, mais à frente: “o Douro não tem uma estratégia adequada à realidade atual”. E referindo-se aos DOC Douro: “Para mim, é óbvio o perigo que estamos a correr ao permitir vinhos tão baratos... o Douro merece outro estatuto e nós estamos a minar o futuro do Douro”.

Aos 65 anos, Paul Symington abandona a liderança do grupo familiar que vinha administrando, numa sadia prática de rotação de cargos e responsabilidades, mas ele ficará e andará por aí – e que útil ainda nos vai ser, mais ainda se quem comanda o País se dispuser um dia a ouvir devidamente o seu entendimento quanto ao esgotado, iníquo e empobrecedor modelo económico que vai vigorando sem remissão na região que ele tão bem conhece...

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