terça-feira, 11 de dezembro de 2018

UMA EVIDÊNCIA FEDER


Está disponível online desde abril uma base de dados da Comissão Europeia (https://cohesiondata.ec.europa.eu) em que é divulgado um vastíssimo conjunto de informação sobre os pagamentos orçamentais históricos da União Europeia, a título de FEDER e Fundo de Coesão, aos Estados membros e às regiões NUTS-2 (desde 1988). As análises potenciadas pela riqueza e diversidade de tais dados são, obviamente, múltiplas, assim tornando certamente mais viável uma leitura objetiva da utilização dos fundos estruturais comunitários num já longo período superior a trinta anos. Um alto quadro da Comissão, John Walsh, publicou recentemente no blogue da “Regional Studies” um quadro interessante dirigido à procura de abordar a questão de quanto recebeu até ao momento (2016, no caso) cada região europeia a título de Política Regional; tratando-se embora de um quadro eivado de alguma parcialidade – quer por apenas inventariar montantes recebidos em termos absolutos, quer por comparar regiões com tempos de presença europeia muito desiguais –, o dito merece duas alusões especiais: com mais de 13 mil milhões de euros, o Norte surge como a região mais contemplada de Portugal e a terceira a nível europeu, por um lado, e a Andaluzia – sim, essa mesma, que há pouco acabou de romper a excecionalidade ibérica em matéria de significância da expressão eleitoral da extrema-direita – aparece muito destacada no lugar cimeiro, por outro. À atenção da burocracia europeia mais inteligente: que o dinheiro importa, importa, que ele seja tudo e tudo resolva, lá isso já não. De todo!

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