terça-feira, 28 de maio de 2019

A EUROPA RESISTIU, E AGORA?


(Francesco Tullio Altan, http://www.repubblica.it)


Os resultados das “Europeias” deste fim de semana alargado (acima, diferentes formas de os apresentar e, abaixo, manchetes alusivas de grandes jornais de vários países) proporcionam, pela primeira vez em muito tempo, uma oportunidade de mudança (se mais ou menos significativa, é o que veremos) no seio daqueles já estafados diretórios bruxelenses. O que decorre, principalmente, do facto de a “grande coligação” que nos comandou todos estes anos ter perdido definitivamente espaço, fazendo com que já só acordos entre espetros partidários mais alargados possam permitir um funcionamento em moldes estáveis do Parlamento Europeu no próximo futuro. Nas semanas à frente, assistiremos aos confrontos negociais que definirão esse caminho, sendo do meu ponto de vista essencial saber se o PPE será mantido por dentro do novo bloco de poder (talvez sacrificando para tal o inominável Weber) ou será colocado de fora em relação a um essencial que contenha ingredientes de alternativa e arejo (questão que dependerá largamente da inteligência dos principais protagonistas do S&D e do ALDE/”En Marche”). Em suma: a inviabilização das piores expectativas antieuropeístas e populistas radicais, a quebra minimamente controlada do grupo socialista e a ascensão dos Liberais e dos Verdes são elementos cruciais para a referida afirmação de alguma esperança, que só posso esperar não venha a ser defraudada. Ah, e já agora, a visível queda do partido de Merkel e o castigo infringido aos partidos socialistas mais culpados de um passado que não se quer ver repetido (o SPD alemão e o PS francês) indiciam uma nouvelle donnée que importa registar e com que importa aprender para memórias futuras.


(Jean Plantureux, “Plantu”, https://www.lexpress.fr)

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