Augusto Santos Silva ironizou ontem a “reflexão profunda” em curso por parte do líder do PSD que estará a ter lugar “em parte incerta”. Com efeito, depois do silêncio de anteontem e de ontem, parece que será hoje que Rui Rio dirá algo de sua justiça. Pessoalmente, quase que aposto que aparecerá desafiante – puxando do melhor daquele seu ar marialva e daquela sua voz tonitruante – para vir dizer aos portugueses que foi tudo uma invenção aproveitada por António Costa para esconder as suas dificuldades eleitorais. Acrescentará que o PSD porá “flores” no documento a votar em plenário parlamentar, tal significando que não apoiará sem mais o texto saído da Comissão de Educação (mais abaixo, a foto de Porfírio Silva que ficará como o melhor registo da petite histoire desta crise), assim pondo termo à crise e determinando que tudo voltará ao normal, com governo em funções, campanha europeia em movimento e legislativas em outubro. Só que essa normalidade terá muito de aparente, mais podendo ser caraterizada como um “novo normal” que comportará dados inéditos em muitos planos, sejam eles discursivos ou relacionais – neste quadro, o segredo do sucesso de cada partido e agente político estará no modo e na dose com que os saiba utilizar judiciosamente em seu benefício nos meses mais próximos.
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