quinta-feira, 16 de maio de 2019

AMANHÃ EM FARO



(No dealbar de 70 anos a comemorar, pedir-se-ia amanhã um dia mais calmo e distendido. Pois não calhou assim. Graças à Ryanair, lá estarei em Faro para uma ida e volta das oito às oito para falar de estratégias de especialização inteligente em Portugal. Alguma penosidade mas também interesse intelectual.

Os 70 quase que já cá cantam e talvez se impusesse por isso um dia de antecâmara mais recatado e menos agitado. Mas a vida de um resistente à dolosa inatividade faz-se destas coisas e a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Algarve inspira-me confiança e respeito, o que é extensivo à ANI e à sua Direção e quadros mais representativos, como é o caso do Alexandre Almeida com quem terei o prazer de partilhar um painel.

A conferência de Faro é organizada em colaboração com a Smart Specialisation Platform que funciona em Sevilha inserida na orgânica do Joint Research Centre e no meu caso tem por objetivo a divulgação de algumas ideias resultantes da avaliação do processo de implementação das estratégias nacional e regionais de especialização inteligente (NUTS II e Regiões Autónomas).

Esta avaliação está ainda em curso, embora em fase final de captação de evidências adicionais, e tem-me dado água pela barba. O problema central é que estamos a trabalhar com metodologias de avaliação baseadas na teoria, apresentando já uma enorme complexidade formal e de encadeamentos causais, sem que a informação disponível esteja à altura dessas exigências.

Fazer avaliação em Portugal sem equipas de investigação de suporte relativamente robustas começa a ser penoso, quanto mais penoso quanto mais complexas são as intervenções a avaliar e quanto mais prolongados no tempo os processos de organização da informação de suporte.

De qualquer modo, a ida a Faro e a oportunidade de contactar especialistas europeus da matéria como o Dominique Foray (link aqui) justificam a penosidade de um dia de trabalho a 600 quilómetros de distância. Só espero que a Ryanair se comporte bem nos limites da pontualidade, dispensando o toque de corneta alusivo à pontualidade.

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